RIO RIBEIRA: O IMPONETENTE E GERADOR DE RIQUEZAS
“O rio Ribeira está em cada morador das cidades por
ele banhado. Não somente de maneira subjetiva, imaginária ou romântica; está fisicamente, organicamente.
Quase a totalidade dos habitantes das cidades e vilas
por onde ele passa, bebe de sua água. Nesse sentido,
eles se misturam e dessa forma percebe-se uma relação
de parentesco muito clara. Sim, somos filhos do Rio.
Em nossos corpos, em nosso sangue, em nossas células, toda água que nos forma vem dele e nos torna um.”
(Extraído do livro “Ribeira: Um rio em nós, de Lélis Ribeiro”).
Com seus 470 km de extensão, o Ribeira é o maior rio ainda “vivo” que passa por terras paulistas, ou seja, que não tem barragens. Nas suas margens, vivem pequenos agricultores, quilombolas e comunidades indígenas. A região abrange os maiores pedaços remanescentes da magnífica Mata Atlântica que, no passado, estendia sobre quase todo o litoral brasileiro. A densidade populacional da região é baixa, sendo que a economia dos municípios é atrelada à agricultura familiar.
Por mais de um século Eldorado fez parte do itinerário de grandes barcos a vapor que navegavam pelo Rio Ribeira, partindo de Iguape, levando a produção para a venda e trazendo mercadorias para consumo. Eldorado foi precusor nas navegações á vapor com a “Companhia Xiririquense” no Vale do Ribeira, formando um legado do histórico fluvial contando com a chegada do até então Presidente do Estado Washington Luiz pelo barco á vapor carioca “Estrella”. Antes disso, no Vale do RIbeira a iniciativa foi do comerciante Manoel Caetano Baptista, de Xiririca (Eldorado/SP), que adquiriu em 1897 no Rio de Janeiro o vapor "Estrella" e, associando-se à firma "Chrysostomo & Irmão", fundou naquele ano a legendária "Companhia Xiririquense".
(Vista aérea Rio Ribeira de Iguape e a Ponte Mario Covas inaugurada em 2004).
“O majestoso Rio Ribeira realmente justifica esse doce apelido.
Outrora, esse lindo rio servia não só de celeiro de alimentação por conta de sua grande quantidade de peixes, mas principalmente, de meio de transporte para toda a população ribeirinha, desde Iguape, sua foz, até além da minha querida terra, Eldorado e seus distritos Itapeúna e Batatal, e centenas de propriedades rurais existentes ao lado de seu leito. As embarcações iam desde as simples canoas, bateiras, canoas com motores de popa, pequenos barcos, até os históricos vapores. Além do transporte de pessoas, essas embarcações serviam à pesca, ao transporte de areia e de produtos agrícolas. A pesca era feita por redes, tarrafas, varinhas de bambu, covos, linhadas e outras armadilhas como redes de espera, pororocas, fisgas e até com armas de pequeno calibre. Eles pescavam os cascudos, aniás, bagres, mandis pintados, acaras, traíras e as gigantes trairussus. Até manjuba era pescada no Ribeira.”
Recorte extraído do texto de Benedito de Passos Ferreira (Benê).
Há um bom potencial turístico no Ribeira em Eldorado, com múltiplas atrações como bóia-cross, caiaque, e trekking (na região de PETAR, perto de Iporanga).
- Links relacionados ao Rio:
Instituto Socioambiental - Programa Vale do Ribeira: https://www.socioambiental.org/pt-br/o-isa/programas/vale-do-ribeira
Frente de Apoio ao Vale do Ribeira: http://www.ocarete.org.br
Livro: "Ribeira: Um rio em nós", de Lélis Ribeiro.
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